quarta-feira, 15 de abril de 2015

O arco do violino - Origem e evolução

Anjos Músicos - Stefano di Verona - Século XIV

O arco é um sistema físico-elástico, construído por mola tensora que é a vara e uma corda distendida, representada por um conjunto de sedas. Ele é a ferramenta máxima que o violinista dispõe a fim de produzir sonoridade violinística.

O arco teve seus ancestrais remotos na antiguidade. É múltiplo o antagonismo de opiniões sobre estas origens. Os orientais a atribuem ao rei Ravana do Ceilão (5000 a.c). Segundo Fétis, os primeiros arcos apareceram na Índia, como complemento do primitivo ravanastron. Possuia êste instrumento duas cordas de seda, sendo que posteriormente apenas uma de tripa. Do ravanastron derivou o ormeti, porém aperfeiçoado sobretudo no que diz respeito ao arco. Da Índia o arco transportou-se para a Pérsia. 



Com a invasão deste país pelos árabes, o arco foi levado à Arábia, seguindo então à Kemanh-a-gouz.
Afirma ainda Fétis que foram os árabes que o introduziram na Europa, quando da invasão da Península Ibérica. Já outros autores atribuem aos gregos o apareci
mento dos primeiros arcos.
O arco inicialmente possuía a curvatura oposta a atual. Podemos mesmo observar nas pinturas antigas figuras de anjos e santos tocando instrumentos de corda com o arco curvilíneo.
Até fins do século XVII o arco assemelhava-se muito ao arco de caça, esta foi a origem do seu nome. A técnica de então permitia serem as peças executadas com o arco nessas características.







Com a evolução da arte e consequente aperfeiçoamento do violino, tornou-se imperativo que o arco igualmente acompanhasse esses progressos. Estre os que contribuíram nesta evolução citamos entre outros Corelli, Tartini, Cramer e Viotti. Foi porém com o francês Françoise Tourte (1747 - 1835), que o arco atingiu o máximo de perfeição conservando-se inalterável desde esta época.







François Xavier Tourte (1747 – 25 April 1835)
A supremacia da construção dos arcos deve-se a França. Entre os melhores fabricantes de arco podemos mencionar, além de Tourte, Nicolas Lupot (1758-1824), Dominique Peccatte (1810-1874), François Nicolas Voirin (1833-1885), Jean Baptiste Vuillaume (1798-1875), Eugène Sartory (1871-1946), Alfred Lamy (1850-1919), W. E. Hill (1817-1895), Wilhem Hermann Hammig (1838-1925) e Giuseppe Lecchi (1895- 1967). Tourte seguiu as indicações de Viotti, representando para o arco o mesmo que as famílias Amati, Stradivarius e Guarneri representaram para a evolução do violino.
O comprimento dos arcos à proporção que foram se aperfeiçoando, aumentou gradativamente. Os arcos do século VIII, além de terem a curvatura oposta à atual, eram bem mais curtos. Já com Viotti, eles aparecem com seu comprimento definitivo.

O mais longo é o do violino, seguindo-se o da viola, o do violoncello e o mais curto, o do contrabaixo.

Amor Vitorioso - Caravaggio, 1602

The Sleeping Ermith - Joseph Marie Vien
1750
Enquanto que a construção dos violinos atingiu sua plenitude na segunda metade do século XVI na Itália, os arcos somente em fins do século XVIII alcançaram sua forma definitiva na França com Françoise Tourte, o que propiciou o progresso da técnica violinística moderna.
O empunhamento do arco com a mão direita e do violino com a mão esquerda teve sua origem nos instrumentos antigos, cuja técnica de produzir som era feita com a mão direita por meio de pizzicatos. A mão esquerda, muito menos trabalhosa e mais fácil, era dada a tarefa de delimitar as cordas. Com o aparecimento do arco manteve-se esta disposição. Atualmente, ambos os segmentos torácicos, o esquerdo e o direito, representam equivalente papel na técnica instrumental. Deverá haver um perfeito entrosamento entre ambas, pois o progresso do mecanismo do arco está em relação direta com o mecanismo da mão esquerda e vice versa.

Alguns exemplos de arcos:





























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